quinta-feira, 18 de junho de 2015

PAPA FRANCISCO e a ditadura argentina.


Testemunhas vinculam o Papa Francisco à ditadura argentina, acusado de retirar a proteção da ordem religiosa de dois jesuítas detidos clandestinamente pelo governo de fato em Buenos Aires. Jorge Mario Bergoglio chegou ao sacerdócio aos 32 anos, quase uma década depois de perder um pulmão por uma enfermidade respiratória e deixar seus estudos de química. Mas apesar de seu ingresso tardio, em menos de quatro anos chegou a liderar a congregação jesuíta local, um cargo que exerceu de 1973 a 1979. Sua ascensão coincidiu com um dos períodos mais obscuros da Argentina, o que causou a ele fortes críticas: a ditadura militar que governou o país entre 1976 e 1982.

O questionamento remete ao sequestro de dois jesuítas detidos clandestinamente pelo governo de fato por cumprir tarefas sociais em bairros de extrema pobreza. Segundo a acusação, Bergoglio retirou deles a proteção da ordem religiosa. Os dois padres sobreviveram a uma prisão de cinco meses.

A denúncia consta do livro “O silêncio”, do jornalista Horacio Verbitsky, também presidente de uma entidade privada de defesa dos direitos humanos, a CELS. Ela se apoia em declarações de Orlando Yorio, um dos jesuítas sequestrados, dadas antes dele morrer de causas naturais em 2000.

“A História o condena: mostra Bergoglio como alguém que se opõe a todas as experiências inovadoras da Igreja e sobretudo, na época da ditadura, o mostra muito próximo do poder militar”, escreveu tempos atrás o sociólogo Fortunato Mallimacci, ex-professor da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Buenos Aires.

Além disso, Jorge Bergoglio foi citado na Justiça da Argentina como testemunha em um caso que julgava os responsáveis pelo plano sistemático de apropriação de menores de filhos de desaparecidos durante a ditadura militar. Os críticos destas acusações sustentam que elas não estão provadas e que, ao contrário, Bergoglio ajudou muitas pessoas a escapar das forças armadas durante os anos de chumbo.

No Vaticano, longe da mancha ignominiosa da ditadura, que ainda pende sobre muitos dos que desempenharam atividades públicas na Argentina neste período, se espera que este homem silencioso conduza a estrutura da igreja com mão de ferro e uma marcante preocupação social.

Os políticos argentinos foram muitas vezes alvos da retórica do sacerdote, que os acusou de não combater a pobreza e de se encastelar no poder. Em 2010, Bergoglio também enfrentou o governo da presidente Cristina Kirchner, quando ela impôs uma lei para permitir o matrimônio entre pessoas do mesmo sexo. “Não sejamos ingênuos: não se trata de uma simples luta política; é uma pretensão destrutiva do plano de Deus”, escreveu Bergoglio em uma carta dias antes da aprovação do projeto pelo Congresso.

Cardeal desde 1988, muitos dos pares que elegeram Bergoglio o conheceram por sua inesperada e reconhecida atuação de relator durante o Sínodo de cardeais de 2001. Filho de uma família de classe média com cinco filhos, de pai ferroviário e mãe dona de casa, pouco disposto a aceitar convites privados e possuidor de um “pensamento tático”, segundo os especialistas ele agora luta para recuperar a força de uma instituição milenar, que por forças tanto internas quanto externas vem perdendo influência através dos anos.

Trecho de um texto do site da Carta Maior, de 13/02/2013, antes de eleição do Bergoglio:
"A polêmica, que em apenas algumas horas voltou a impregnar grande parte da imprensa argentina, trouxe à tona de novo a triste memória do papel desempenhado pela Igreja local durante a última ditadura militar e suas implicações no presente. Assim, enquanto o setor mais conservador e católico da classe média local volta a sonhar em ter seu próprio Papa, os organismos de Direitos Humanos e as associações que agrupam os familiares dos 30 mil detidos desaparecidos na última ditadora recordam que a Igreja não só colocou uma venda nos olhos diante da matança organizada pelo Estado, como se fez de distraída inclusive frente o assassinato de seus próprios sacerdotes, comprometidos com a “opção pelos pobres’ e com a Teologia da Libertação que havia iluminado o Concílio Vaticano II."
Link para a matéria completa: 

Marcelo Gonzáles, jornalista do Panorama Católico Internacional, que conhece muito bem a Igreja argentina, escreveu o seguinte sobre Bergoglio:
"O Horror!

De todos os possíveis candidatos, Jorge Mario Bergoglio é, talvez, o pior. Não porque ele professe abertamente doutrinas contra a fé e a moral, mas porque, julgando por seu trabalho como Arcebispo de Buenos Aires, fé e moral parecem ter sido irrelevantes para ele.

Um inimigo jurado da Massa Tradicional, ele apenas permitiu imitações e declarou guerra às liturgias antigas. Ele perseguiu cada padre que fez o esforço de usar um "cassock", que tentou pregar com firmeza, ou que simplesmente se interessou pelo Summorum Pontificum.

Famoso por sua inconsistência (às vezes pela sua incompreendida predileção por vestes e mobília simples), acostumado ao uso da coerção, demagogia e expressões ambíguas, não se pode dizer que seu magistério seja heterodoxo, mas seria melhor dizer "não-existente", por ser tão confuso.

Sua eleição é incompreensível: ele não é poliglota, ele não tem experiência de Cúria, ele não "brilha" pela sua santidade, ele perde em doutrina e liturgia, ele não lutou contra o aborto e apenas se colocou fracamente contra o casamento homossexual, ele não tem os modos para honrar o Trono. Ele nunca lutou por nada mais do que permanecer em posições de poder."
Matéria na íntegra:

Aqui um fragmento do testemunho verbal do então Cardeal Jorge Bergoglio em tribunal, em 2010, a respeito do conhecimento e provável cumplicidade da hierarquia católica com o programa ditatorial do governo de "confiscar" crianças recém nascidas e pequenas de mães executadas:

PROMOTOR: Quando o senhor tomou conhecimento de que crianças eram confiscadas durante a ditadura?

BERGOGLIO: Foi apenas recentemente, algo em torno de 10 anos.

PROMOTOR: Nós já falamos diversas vezes sobre documentos que poderiam ou não ser entregues a procedimentos deste tribunal. Eu gostaria de concluir que nós chegamos a um entendimento na questão de que este tribunal pode ter acesso a estes valiosos documentos, como conhecimento público e largamente sabido, que a Igreja mantém a maioria destes documentos. Isso é aparente nos registros das evidências de várias testemunhas que foram ouvidas neste tribunal. Então, ao fim deste discurso, nós precisamos chegar a um acordo e determinar o expediente com o qual o tribunal obterá acesso a todo o valioso arquivo de documentos.

O Juíz interrompe: Apenas faça logo o pedido, exija a entrega, Promotor.

PROMOTOR: Eu fico imaginando se há um acordo sobre a forma com que poderemos ver estes documentos.

JUÍZ: Então a pergunta é se o cavalheiro testemunhando irá concordar/permitir uma revisão dos arquivos da Igreja.

BERGOGLIO: Sim, eu não vejo problemas. Eu instruirei os arquivistas para entregar os documentos. Na verdade, nós recebemos recentemente documentação que estavam em pesquisa em outros julgamentos do mesmo tipo, e nós enviamos o que nós tínhamos, o que quer que tivéssemos.

Os arquivos nunca foram enviados, e o Cardeal Bergoglio foi inocentado das acusações.

A segunda acusação diz respeito ao desaparecimento das colegas de Bergoglio, Esther Balestrino de Careaga, e duas freiras missionárias francesas, em uma ação militar a uma igreja rural.

Aqui um excerto do testemunho, registrado como "Buenos Aires, 2010, Bergoglio. TOF Nº5. Disc 1 ID 4202826:

PROMOTORA: Existe algum registro (do caso) nos arquivos da Igreja Católica?

BERGOGLIO: Eu acredito que sim, mas não posso afirmar com certeza.

PROMOTORA: E estes arquivos estão sob o seu controle?

BERGOGLIO: O aquivo central da CEA (Conferência Eclesiástica Argentina) é comandada pela própria CEA.

PROMOTORA: E quem supervisiona a CEA?

BERGOGLIO: Eu.

PROMOTORA: Então, você pode localizar estes arquivos?

BERGOGLIO: Eu posso procurar, mas não sei se encontrarei.

Outra vez, os arquivos não foram enviados, e novamente Bergoglio e a Igreja, foram inocentados. Não é nenhuma novidade a Igreja se "abster" em frente a governos despóticos. E muito menos sair incólume das ações que sua "abstenção" sempre provocou. Porém, não estamos falando de um padre pedófilo, de um bispo complacente ou um arcebispo com defeitos de caráter; estamos falando do Sumo Pontífice, "Representante de Deus na Terra", que tem por meta arregimentar multidões de fiéis e proporcionar-lhes diretrizes espirituais e morais. 

Espero que a "humildade" seja até uma forma de "flagelo", para que possa lavar-se de seus pecados...

Este site é bem completo, com os testemunhos na íntegra, e mais muita informação pertinente:

Este aqui é mais polêmico, e apresenta muita coisa a respeito do Papa Francisco. Aí vai de cada um, no que quer ou consegue acreditar. Eu vou parando por aqui:

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