terça-feira, 29 de setembro de 2015

DOSSIÊ ONU, Parte II: A ONU e as ditaduras.



A ONU poderia e deveria ser uma força poderosa para o bem - um lugar onde os países democráticos podem trabalhar juntos para falar em nome da consciência da humanidade. Muitas vezes, no entanto, as pessoas tentaram apoiar suas crenças idealistas, recusando-se a reconhecer a verdade sobre a ONU - ao defender a ONU como desejaríamos que fosse, e não a ONU como na verdade é: corrupta, sistematicamente tendenciosa contra a democracia, e muitas vezes ativamente perigosa para a paz mundial.

Sob os auspícios do Conselho de Segurança das Nações Unidas, com o presidente Obama presidindo a sessão do Conselho, os Estados Unidos instam a comunidade internacional a adotar medidas fortes, a nível nacional e internacional, para reduzir o recrutamento de combatentes do Estado islâmico. O que não é mencionado nos relatos da imprensa é que os chefes de Estado e chefes de governo que endossaram a "campanha" dos EUA contra o Estado Islâmico, aconselhados pelos seus respectivos serviços secretos, estão plenamente conscientes de que a inteligência dos EUA é o arquiteto tácito do Estado Islâmico, que faz parte de uma vasta rede dos EUA, que apoiam entidades terroristas "jihadistas". Países ou são coagidos a apoiar a resolução patrocinada pelos EUA, ou são considerados cúmplices na agenda contra o terror norte-americana.

Para que não esqueçamos, a Arábia Saudita e o Catar têm financiado e treinado os terroristas do ISIS em nome dos Estados Unidos. Israel está abrigando o Estado Islâmico nas Colinas de Golã, a OTAN em ligação com o alto comando turco, desde Março 2011, esteve envolvida na coordenação do recrutamento de combatentes jihadistas enviados para a Síria. Além disso, as brigadas na Síria e Iraque são integradas por forças especiais ocidentais e conselheiros militares.

Tudo isso é conhecido e documentado, e ainda nem um único chefe de Estado ou chefe de governo teve a coragem de apontar para o absurdo de os EUA patrocinarem a resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas, aprovada por unanimidade! O que estamos testemunhando é um empreendimento criminoso sob os auspícios da ONU.

Enquanto a diplomacia internacional é muitas vezes baseada em engôdos, as mentiras da política externa dos Estados Unidos estão cada vez mais difíceis de se crer. O que estamos testemunhando é um colapso total da prática diplomática estabelecida. A "Verdade Proibida" é que o Estado Islâmico é um instrumento de Washington, um "ativo de inteligência" dos EUA. ISIS não é uma entidade independente, nem é um "inimigo externo" que ameaça a segurança global, como veiculada pelos meios de comunicação ocidentais. Enquanto todo mundo sabe disso, a grande mentira prevalece. A mentira se torna verdade.

Para afirmar que a ONU se corrompeu, e a seus próprios ideais, basta que se verifique que a maioria dos membros participantes da organização é representada por governos que não seriam taxados de democráticos, usando a cartilha da própria ONU. Dos mais de 190 países que integram as Nações Unidas, apenas cerca de 40%(85 países) podem ser descritas como sociedades democráticas que gozam de direitos políticos e liberdades civis. O restante é controlado por ditadores ou governos de partido único. 

Em 48 das nações, os ditadores empunham uma mão de ferro. Cerca de 35% da população do mundo é subjugada por esses governos totalitários. Cinquenta e nove outros países são controlados pelos governos de partido único em que instituições como o Judiciário e a imprensa não estão livres de influência ou controle direto do governo. Então eu pergunto se uma instituição como a Organização das Nações Unidas, em que ditaduras superam as democracias, devem ser encarado como um exemplo moral.

Mas sejamos mais pragmáticos, e menos rancorosos. Vejamos os resultados das ações da ONU no "combate às ditaduras e o terrorismo":

De acordo com o próprio Wiston Churchill, portador de grandes e vertiginosos sonhos para a ONU, a entidade foi irresponsável na Revolução Húngara, de 1956;

Vamos passar voando pela inanição da ONU durante a Guerra Fria, onde foi engessada pelos próprios mecanismos que desenvolveu, e ir direto para um período que as pessoas ainda guardam na memória. A ONU serviu como base de debate na crise do Iraque? Não. Os EUA, a Inglaterra, e um punhado de países membros da OTAN simplesmente decidiram contornar a ONU, evitando uma votação no Conselho de Segurança, e invadindo o Iraque, sem dar a mínima para a "autoridade" das Nações Unidas!

A ONU impediu a guerra na Somália? Não. E ainda por cima, teve que ver os americanos cometerem uma missão quase suicida, e que terminou mal. Mas que poderia ter sido muito, mas muito pior!

A ONU impediu a guerra na Líbia? Não. Ainda teve que ver o Novo Eixo (EUA, França, Inglaterra) fornecer apoio a grupos terroristas que haviam sido proscritos nas listas da ONU. Tudo que fez foi permitir que a Al-Qaeda proliferasse no Oriente Médio, quando antes eram detidos por Saddam e Kadhafi. Que foram retirados do poder por seus governos repentinamente despóticos, mesmo que tendo sido implementados e financiados pelos mesmos que depois os derrubariam.

O que a ONU fez para deter o conflito nos Balcãs, com o Ocidente a atiçar o ódio entre croatas, bósnios, sérvios, macedônios? Ou para deter o movimento terrorista albanês Exército de Libertação do Kosovo, enquanto este causava agitação e ataques contra civis no Kosovo?

O que a ONU fez para impedir o derramamento de sangue na Síria, onde mais uma vez o Novo Eixo está ao lado dos terroristas, tornando o conflito ainda mais sangrento, enquanto o governo sírio recorre para a Rússia? Nada. Pois novamente está engessada em suas próprias estruturas mecânicas. 

Em contrapartida, o que a ONU faz a respeito da Ucrânia? Faz vista grossa para os avanços de Putin, enquanto americanos e sionistas financiam e treinam neo-nazistas com desejos ultranacionalistas perigosíssimos!

A lista segue, quase ad infinitum! China e Tibete. Israel e Palestina. Índia e Paquistão. Coreias. Egito. Irã. África, em geral, com toda as suas guerras travadas em razão da extração mineral, com revoluções fomentadas pelas corporações do ramo das telecomunicações. A ONU, como bom instrumento que agora é, vive da guerra. Pois até mesmo seus melhores resultados são obtidos justamente do extrato do conflito: a ONU faz um excelente trabalho humanitário, limpando a bagunça que não conseguiu impedir. Mas lembremos de que se ONU tivesse feito seu trabalho corretamente da primeira vez, não precisaríamos elogiar seus reparos.

O bom trabalho segue no setor da violência contra a mulher, e aos direitos das mulheres. A UNESCO realmente protege o patrimônio mundial, e a ACNUR faz o que pode, do jeito que é possível. A Organização Mundial da Saúde é útil como centro de pesquisas e razoavelmente boa na distribuição de medicamentos e mosquiteiros; mas como um organismo de prevenção à doenças é tão risível quanto o seu braço gestor de crises. Gripe Suína e Ebola nos mostraram que a ONU não é nada sem o apoio de pequenas ONGs, estas sim estabelecidas entre as populações, e que efetivamente obtém resultados positivos, com planejamentos de longo prazo.

Agora, se este é o resultado depois de quase 70 anos de investimentos, acho que é natural que a gente conclua que a ONU é uma organização humanitária útil, mas efetivamente inútil ao fazer o trabalho para o qual foi criada em primeiro lugar. Sejamos honestos, se qualquer gestor de empresas tivesse gasto bilhões e bilhões de dólares, durante quase 70 anos, e apresentasse os mesmos tipos de resultados ineficazes que a ONU nos apresenta, seria no mínimo demitido, pra não dizer preso, assim que a empresa falisse!

Aí eu pergunto, mera incompetência, ou ineficiência programada? Afinal, após verificarmos historicamente tudo o que foi aqui descrito, fica complicado não pensar que a ONU não comete erros, muito pelo contrário; o mundo está como deveria estar, de acordo com quem nos governa. E sempre com o apoio das "Nações Unidas"...

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